Ainda sinto o cheiro de limpeza, daquele dia 24 de dezembro.
Faz tempo, mas me lembro de cada detalhe.
Pela janela, o tempo era um pouco nublado, mas isso não diminuia a alegria de um sorriso.
Onde estavam todos? Trabalhando... a loja sempre tomava muito o tempo deles.
Restavam na casa os móveis bem limpos com Poliflor, eu e ela...
O arrastar do seu corpo me confortava...
Aquele lençol que parecia uma renda azul não tinha um dobradinho para falhar sua perfeição estendida aquela pequena cama.
O jarro da sala com plumas gigantes tinham tons pastéis... O sofá da sala era em formato de L era grande para uma criança com sua boneca e pequeno para uma grande família que chegara... Pequeno no tamanho suficiente para caber tanto amor.
A noite era certa que íamos ouvir forró e a doce lambada de Beto Barbosa...
A década de 80 foi marcante... e ao final desse dia um parente torto apelidado por Tal, me chamava para dizer que em cima do lençol azul de renda havia sido deixado meu presente de Natal, pelo bom velhinho Papai Noel...
Eu sei que não fazia sentido acreditar, mas eu quis acreditar e perguntava detalhes a ele sobre como ele havia entrado na casa e ninguém tinha visto...
Ele foi para a loja e novamente restou eu e minha vó... aquela que dividia esses momentos comigo e abrimos aquela caixa que tinha um cachorro de pelúcia que abria a barriga e tinha 3 filhotes de cores diferentes.
Sem dúvida alguma a coisa mais linda que já tinha visto e sem dúvida alguma a cópia do presente de uma prima chamada Karol, é que os presentes dela eram sempre lindos.
Depois que todos chegaram da loja começava o churrasco, o sotaque de paraibano e era servido aquilo que ELA havia preparado para a Noite Especial.
É por isso que sinto que sem ela nada parece fazer sentido, mas por ela procuramos continuar bem... e foi por Ela sempre ter feito tudo por todos que tento fazer qqr coisinha por alguém.
Feliz Natal!
Saudade...
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